A informação é essencial nos dias que correm. Seja através de feeds ou podcasts, recebida no telemóvel ou PDA, sentimos necessidade de estar sempre actualizados com as últimas informações, sejam estas sobre o estado da economia ou o horário do autocarro.
Através de um PalmOne Tungsten E2, este blog relata uma série de experiências quotidianas sobre a recepção e tratamento da informação através deste dispositivo.



Porquê um PDA?

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Vou falar um pouco da importância de um PDA:

O objectivo deste post é exemplificar como a introdução dos assistentes pessoais digitais melhora substancialmente a organização pessoal e, ao mesmo tempo, qualidade de vida.

Chamo-me Sandro Correia, tenho 23 anos e estudo na Universidade da Madeira em Engenharia de Telecomunicações e Redes. Paralelamente, tenho outras ocupações, nomeadamente monitor de um planetário, técnico de estúdio numa rádio local, gestor do site da Associação de Astrónomos Amadores da Madeira, onde também ocupo funções na direcção da referida associação. Todas estas actividades, embora as considere "hobbys" ocupam grande parte do meu tempo, isto sem falar nas horas reservadas ao estudo, descanso, brincadeira (faz parte) e (ora!) tempo com a namorada.

Mas voltando um pouco atrás no tempo, sempre gostei de dispositivos electrónicos portáteis, embora a definição de PDA na altura não passava de algo do género de agenda electrónica. Foi com uma dessas que "entrei" no mundo da informação pessoal em formato digital há pelo menos 10 anos com uma Olivetti D2000 (32kb). Apesar das suas limitações (ecrã de texto de 21x5 caracteres), na verdade as ocupações não eram muitas pelo que a D2000 era vista como um "topo de gama". A Agenda era a função que menos utilizava, lembra-me que a Calculadora, horas de todo o mundo, memos e telefones eram as funções mais "batidas".

Quando entrei no ensino Secundário, convenci um familiar imigrante que me oferecesse algo mais "distinto", aproveitando os preços mais baixos. Saiu-me na rifa uma Casio SFC-xxxx (qualquer coisa), uma agenda de 64k e ecrã de 3 cores. Não a mantive por muito tempo, o ecrã era muito limitado (apesar de gráfico, era muito pequeno e mal se via a informação) e sinceramente não gostava da forma como se operava. Consegui vendê-la a um colega na altura e esperei até conseguir algo melhor. Foi o caso da Casio SF-5XXX, já com 256KB de memória, ecrã decente (apesar de mono cor) e teclado fácil de utilizar. Utilizei-a até entrar na Universidade, altura que um deslize na verificação da carga das pilhas fez-me perder toda a informação, nomeadamente contactos de todos os colegas do secundário (uma perca enorme, visto que muitos deles foram para o continente), datas de exames e frequências, entre outro tipo de informações. Foi nesta altura que consegui um trabalho de Verão na redacção de uma rádio do Funchal e comprei o meu primeiro palm: o Zire.



Enquanto tinha as agendas, algo com o nome PDA era inatingível, nem mesmo os modelos mais baratos como o m100 (nunca vi à venda na Madeira) ou com Windows CE. Eram muito caros, destinado a profissionais. O Zire, por sua vez, foi relativamente barato (78€ na Vobis), tinha 2MB de memória, óptimo ecrã (mesmo com escala de cinzas, a visibilidade era fantástica) e melhor: sincronizava com o PC via USB, nunca mais perderia nenhuma informação.

Só para os colegas do continente imaginarem a ideia, encontra-se actualmente na Madeira agendas da Casio com 256kb de memória a quase 90€! O Zire era (e é ainda hoje) uma melhor opção tendo em vista estes preços. De resto, só acima de 270€ com os HP's e Acer's (estes claro que melhores que o Zire).

Utilizei o Zire para tudo um pouco. A agenda, que era das funções que pouco utilizava, passei a escrever regularmente todas as actividades por menos importantes que fossem. Este "vício" de escrever tornou-me mais pontual e assíduo, não pelo alarme do zire (que mal se ouve) mas só pelo facto de o ter escrito fazia-me recordar imediatamente os assuntos. Utilizei os memos para escrever ideias, informações úteis (nr de conta, contribuinte etc), fotocópias que tinha de tirar, sites das cadeiras, etc etc. A possibilidade de instalar aplicações no Zire (apesar dos 2MB) permitiu-me ter as últimas informações do Diário Digital e outras fontes.

A vantagem de possuir toda esta informação de uma vez aumentou consideravelmente a capacidade de organização, conhecimento e flexibilidade. Em termos "profissionais" (se assim o posso descrever, relembro que as actividades paralelas à Universidade são hobbys), o Zire permitiu-me dedicar algumas horas ao estudo do céu (gosto de astronomia) e graças a isso fui eleito para vogal da associação de astrónomos amadores da Madeira, entre outras funções como o site (bom em termos de currículo), palestras em escolas, acompanhamento de fenómenos em termos Nacionais, etc etc. Já na rádio local onde faço algumas horas, o zire permitia-me registar os pormenores mais importantes de uma reportagem e momentos do discurso que deviam ser passados no ar. Esta "cábula" fez-me escrever as peças mais rapidamente e conseguir chegar a tempo para outros eventos.

Infelizmente para o Zire, os 2mb ditaram o fim deste, pelo que comprei no próprio site da Palm o Tungsten E2 e vendi o Zire a um colega de curso.

Por 229€ na altura, o E2 parece-me ainda hoje como a melhor opção nesta gama de preços. Ecrã de 320x320px (os PPC comparáveis são 320x240), 32MB de ram (os PPC são 64, mas habituei-me ao PalmOS e à sua pouca necessidade de ram), menos de 150g de peso, Bluetooh, expansão através do SD (algo que o Zire não tinha), MP3/vídeo e... Fotografias! Isto sem falar no cartão SD wifi de oferta!



Apesar dos entraves iniciais (motivados pela memória NFVS, "morte do SO" que motivou RMA passados 2 meses - deram-me um novo em menos de 7 dias, impressionante), considero o E2 perfeito para um estudante. O preço é acessível, fácil de utilizar, funcionalidades avançadas, conectividade, PIM irrepreensível, capacidade de ter internet, email, notícias, feeds, etc etc. E claro.. o design elegante e clássico.

Actualmente utilizo o E2 para três/quatro funções principais: PIM (calendar, contacts, etc), ouvir MP3 no autocarro, ver as fotografias da namorada nas aulas mais chatas/jogos e internet (com as vertentes de email, rss e outros). No planetário uso uma aplicação que dá um aviso sonoro de X em X tempo para que eu saiba quanto tempo tenho disponível para abordar um ou outro assunto nas sessões. Nada mau para pouco mais de 200€ e semanas de autonomia!

Estou ciente das limitações do meu modelo, especialmente a pouca memória heap, lentidão da NVFS, alguns bugs derivados a essa mesma memória, entre outros problemas… Contudo, tenho a certeza que é o melhor PDA que poderia ter comprado, mesmo hoje. Vejo alguns colegas mais “abonados” com QTEK’s mas mesmo assim estou contente: o E2 custou metade do preço e não utilizo (pelo menos muito) o telemóvel em conjunção com este, pelo que um smartphone para mim seria tudo menos smart (nem podia comprar mesmo que quisesse). Isto sem falar nos dias que vou passear, o E2 fica em casa (menos peso nos bolsos)!

Fica registada então a “longa” história de como a utilização de um pda pode mudar a forma como fazemos a nossa vida. Por incrível que pareça, só sentimos o quanto estamos dependentes destes dispositivos quando ficamos sem eles...

Obrigado a quem teve a santa paciência de ler o post até ao fim :)

Sandro Correia


Primeiro post com o Palm

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